O mar pelos tornozelos magros de uma menina-mulher. Treze
anos e o cabelo liso, com sintomas de vento. Esguia como um peixe vertical. Sem
brilhos, porque sem rosto. Voltada, sem regresso possível, para o mar. Sem
rosto. Com o mar a subir irrespirável dos tornozelos magros, para as coxas
magras, até à barriga sem luas. Silencioso. E azul ameixa. Como quem conta
segredos. Irrespirável. Sem rosto, a menina-mulher é só cabelo a balouçar-se e
a carregar-se de sal e estática. Consumida pelo vento e mar. Sem regresso possível.