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domingo, dezembro 02, 2007

Se me disseres o teu nome podemos ser amigas para sempre.
Podemos habitar a sala que tem um sol encantado, sempre dentro do tom. Onde o papel de parede são violinos ou dragões ou flores adultas ou tudo numa dança sem equilíbrio, desde que seja carmim, da cor dos lábios da avo que sacode as almofadas do sofá enquanto chama para a mesa.
Se me disseres o teu nome, podemos pintar os olhos e falar em voz baixa, rir em voz alta. Perder a voz. Guardá-la dentro das bonecas sempre anacrónicas. Ver-nos crescer através de aquários. Fingir que não há relógios na sala. E que aquela porta chia porque vai dar ao coração dos pássaros.
Podemos escrever composições cheias de erros a cores diferentes. Sujar os vidros com os beijos que largamos depois do adeus nas escadas.
E posso ficar a ver-te descer a rua feita canção imperfeita no agitar do teu cabelo. Vê-lo encher-se de antiguidades amarelas das árvores. E chorar porque foste. Apanhar choques porque tentei desligar as luzes com as mãos molhadas.

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