Caíram-lhe as palavras quando ela pensava falar. As palavras no rio. O rio a lavar-se do sol acabado de expirar. Queria ver-se no espanto da cidade reflectida. Junto ao relógio maior, a cidade acabada de levantar-se depois de sonhar. A cidade a limpar-se do espanto.
Os carros a libertar-se das ruas como memórias vagas. Os corações das arvores a escorrer nas paredes dos parques. O céu confuso, cor de domingo.
Viu o sol desengonçar-se, apagar-se, ser trocado pelo mecanismo iluminado do grande relógio. Do maior. E a cidade a levantar-se como uma onda antes de a levar.