O Eça de Queiroz anda de transportes públicos. Tão alto como o meio da palavra. Dobra-se ao meio para entregar ao motorista os olhos e os pedir de volta, com um breve repuxar de queixo, um não sei quê de respeito. Só então abre novamente as pernas compasso, desengonçado dentro do autocarro desengonçado, para se sentar com os joelhos planos junto à janela cinema. O chapéu calmo no cume, dobrado como um til mal usado, centrado no corpo. A expressão mais grave que qualquer necrologia. Está a escrever a luz. É o que há a pensar. E coro, e perco-me nas expressões arame das sobrancelhas estremecidas. Dentrífica. Hoje é dentrífica. E desvio-me sem sorrisos-alarme para que lhe chegue o sol inteiro às mãos.