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quarta-feira, julho 26, 2006



(Alfama, Lx, 19Abr06)

Este é um gato-vaca, veio dos telhados-dos-alpes, e enquanto arredondava os olhos citrinos, miou duas vezes, três. Lambeu uma pata, esticou-a contra o meu nariz, metido na rua, sem ser chamado. Depois estreou-se no seu tango pelos losangos de cimento. Pata aqui, pata acolá, como vogais molhadas num pires de leite. Pata lá, pata aqui, e os bigodes-antenas-ao-sol quase indistinto, quase poema. Deixou-o sumir-se nos telhados, guardar-se nos sotãos até amanhã. Envaideceu no último degrau da tarde e sumiu-se na sombra maior.
Voltou ao princípio da noite. Deixou um quarto de lua por beber.

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