Há uma carpete estendida na janela. O seu remate na fachada atinge-me como uma tempestade suspensa. Rende-me. Boris Vian já tinha visto antes, já a tinha sacudido e arrumado no livro. Mas eu. Eu só agora a vi. Só agora a li. Só agora a vi e vi e vi que não era minha.
Boris trocava-a por beijos. Eu troco-a por uns passos atrás.
Quem disse que não percebo as palavras que vêm com defeito?
Carrossel
Car-ros-sel
Basta-me ter os zumbidos de luz fechados nas mãos. Basta-me um bocejo aceso no corpo. Uma boca unida no ditongo. Basta-me a janela para as pôr a secar.