Estava na 2ª janela o menino. Na 2ª janela da 7ª casa da primeira rua. A contar do chão. O mesmo chão onde o sol se entorna entre as 8h e as 10h. Eram 18h e o menino, que já sabia contar, estava na 2ª janela. A contar de baixo. Estava a roer uma maçã por cima. Vermelha com ís. As pintas dos olhos - dois, duas - do menino boiavam no céu. O 1º. Estava azul como as árvores que ele nunca vira, só pudera imaginar. Azul como todos os princípios das estórias com príncipes e fins. Estava a roer uma maçã a saber a ís, o menino que já sabia contar, e contava as nuvens batidas em castelo. Os olhos a boiar.
Contava e perdia-se.
Era 1 vez.
2 vezes.
3.
Trás.
O príncipe azul fazia-se maior e derrubava 4 ameias inteiras.
Perdia-se. Contava.
O menino roía a maça por cima e contava.
Era uma vez...
E as nuvens tremiam e coravam. Enchiam-se de ideias. Rosavam.
O sol atravessava-se nelas como caminhos de limão, como som de flechas. Castelos invadidos. Derrubados.
Estava na 2ª da 7ª da 1ª, no princípio de tudo o menino. Agora não está mais.
A maçã, roída e deixada a meio é a lua oxidada que a noite não comeu.