O sol já caiu e, à hora em que cessamos de existir, por sermos só sombra e calor, apareces. Por nada. Os prédios perdem a consistência. Verticalidade. Ganham respiração. São só corpos. À hora em que a casa se decompõe em zumbidos de luz, ondulantes, tu aproximas-te e abres as janelas. Uma por uma. Os vidros estilhaçam-se sem ruído. O sol já caiu. Então desapareces. Cessas de. À hora em que desejamos. Só. Desapareces. Voltas de corpo molhado, a trincar melancia.