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domingo, maio 16, 2004

As manhãs podem ser ondas a bater contra as janelas. Serão sempre manhãs. Azuis, blue, blau. Serão manhãs.
As pessoas emagrecem à semana. Desaparecem debaixo das nuvens. Nuvens que podem ser balões inchados por hélio. Serão sempre nuvens. Brancas, albae, blancas. Debaixo das nuvens e dos prédios e dos pássaros. Pássaros com caudas de água. Serão sempre pássaros. Amarelos, laranja, naranja, amarillos, gelb. Pássaros breves como ideias. As pessoas crescem à volta umas das outras. Dizem que sim, que não. Que a vida é assim: cheia de prédios com pássaros a cair em frente. As palavras nem as sentem debaixo da língua. As palavras engolem-nas como comprimidos. Orange, rosa, vert vitaminado. As pessoas são grandes desde sempre. E desde sempre têm pela mão os meninos que querem ser. Beijam-nos. Pontuais como cerejas cristalizadas. Serão sempre beijos. Rojos. Algumas pessoas desaparecem debaixo da igreja, e na igreja giram em volta do boneco de pedra. Boneco que pode ser santo, deus, fé. Será sempre boneco de pedra pintado, boca aberta e pássaros nos pés.
Sobro eu à janela quando a noite perde vantagem. Azul, blue, blau. Eu queria ser mais para não ser só desejo.

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