O céu entra coalhado a desfazer as cortinas e qualquer fundo sólido. Os olhos arrependem-se e desfocam.
Malmequeres vistos de dentro, com a polpa amarela a tingir-se amarela, amarela, amarela. E sal. Os olhos arrependem-se. Devia ser noite. A de ontem. Ou anteontem. A de antes de tudo. Dava-te a pele e sol nela. Dava-te o nome para não teres de enviar-me a tristeza pelo telemóvel. Dava-te a pele.
O ar entrava como um balão pálido pelo quarto. As lágrimas vinham em pó. Os teus olhos agarrados aos vidros e eu a saber que sabias a sal.
Os olhos arrependem-se. Desfocam a luz amarela, amarela. Sol invertido a entrar na pele. A fazê-la sentir-se. Devias ser tu aqui. Dava-te a pele para não teres de fugir da tua. Ontem. Ou anteontem. Antes da noite em que soube a que sabias.