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quarta-feira, março 10, 2004

Lembras-te de quando me acompanhaste a casa e me adivinhaste zangada porque sim? Disseste: "Parte um livro ou rasga um copo" . (Ou terá sido o contrário?)
"Rasga... Parte...." Na altura tentei rasgar um copo, mas não consegui. Tinha um e condoía-me só de olhá-lo. Os livros, esses, parti-os a todos. Não sobra um. São tantas as passagens-estilhaço ou estiagens-palhaço que não tenho onde dormir senão no parapeito da janela. Brados de tempestade a acotovelarem-me.
Hoje zanguei-me de novo. Dito irrevogável. Zanguei-me. Aprendi.
Rasguei os copos.
A fórmula é fácil: acariciar até gemerem, dentro das mãos. Depois segura-se junto aos lábios entreabertos para largar no chão aberto, sem anúncio prévio. (A ausência de anúncio é fundamental!). A colisão faz com que estriem ao centro-esquerda. Depois um sopro e rasgam. Como parentisis abertos. Com sons de emissão interrompida.
Foi assim que fiz. Rasguei os copos.
A confusão foi tal quando a família chegou a casa que os sons dos copos se misturaram e entraram em combustão. Ardeu tudo. Roupa e música e escova de dentes e dicionário e atacadores.

Estou à porta com os olhos sem continuidade quando um pequeno me calca.
"Estás zangada?"
Fico bem se deres a mão. Se me lembrares de como se anda em cima dos muros.

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