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sábado, janeiro 31, 2004

Mais triste que gostar de alguém que não existe, é gostar de alguém triste, sem tempo inventado e escorrido, estendido a secar. Sabes isso. Confiei-to.
Se eu não gostasse tanto de nós, apaixonava-me. Só porque tens essa tempestade inadiável dentro de ti. Só porque sentes duas vezes antes de pensar. Só porque te dás fingindo que não. Só porque finges tão mal.
O dia cresceu decalcado na chuva, com as casas e campos azuis em contramão. Hoje prefiro pensar que nada é efémero. Que existem mais palavras que coisas, a guardá-las em colmeias. Pensamentos enxame. Sentimentos âmbar. Não acredito que te repitas. Existem mais palavras.
O dia cresceu e foi comido sem talheres. Os campos e as casas azuis em contramão. Comido à pressa.
Hoje prefiro pensar que te tenho abraçado e que não vais ficar triste. Por muito que dure a tempestade.

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