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sexta-feira, dezembro 12, 2003

Estão pendurados ao sol, sentados no carro em enredos do trânsito, sentados em dísticos no café de vidro, à espera nas escadas, a somar escadas. De mãos na boca. À espera. Que qualquer coisa apareça, desapareça, que qualquer coisa mude de rosto para poder falar.
O tempo mudou. O sol é um filtro de chá. Não vai haver chuva.
(Falemos do tempo para encher o ar)
O tempo mudou.
Por um instante tomada, por um instante com vontade de deixar as palavras à solta. Mãos na boca. Para que não fales.
Deixa ser tempo.

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