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Conheces alguém e na forma como conheces há algo dissonante. Sentes que esse alguém não encaixa, porque é tão diferente. Depois aceitas continuar a conhecer… porque existem preconceitos (limpar palavra, por favor) e porque existem conceitos por descobrir. Depois apaixonas-te pelo alguém e pela forma como desencaixa contigo. Depois apaixonas-te. Depois… Depois há precipícios que aprendemos a contornar tantas vezes que parecem quase não existir, embora os sintas lá, incómodos, como roupas que não consegues despir, que se colaram ao corpo. Disse: e depois não tiveste cuidado e apaixonaste-te pelo alguém, com os precipícios pelo meio.
Voos negros e vontade de cair, com o medo.
Depois algo acontece. Algo que ocorre fora do caminho.
(As dissonâncias todas contra o meu rosto e eu nua, sem saber mentir.) As dissonâncias todas e as justificações por encaixar. Estavam lá e tu sabias. Estavam lá contadas desde a nascença, na palma da mão. Só tu sabias.
Veios negros e vontade de os cortar, sem o medo.
Depois tudo a acaba e a culpa é de alguém.
Alguém.
Sou sempre eu.