Entre o sono e a verdade...
As folhas estão mais leves nas árvores ou são como crustáceos para as calcarmos no chão. O céu negro tende a arterial, corre-se de sangue branco, desce em litígios. TV ligada, fantasmas em sequências. TV desligada.
Eu no quarto averso. E o céu a enchê-lo de fantasmas arteriais. Sangue branco.
A possibilidade de me esperarem pesadelos cresce em dois nomes. Em dois meses, ou duas estações. Não aguento o frio. As ruas por onde passo já me trazem no pensamento. E sabem que não olho para atravessar. Que há sempre alguém que me agarra o braço no tempo certo. Não aguento o frio de hoje.
Estou no quarto e tenho um texto teu. Minto: nosso. E é só nele que quero estar.
"As conversas com consequências são inconsequentes?".
No texto "faz calor em todo o lado". Decorei-lhe os passos e parágrafos. Não aguento o frio de hoje.
As folhas hoje estavam mais leves nas árvores. Ou eram crustáceos para as calcar no chão. Por causa do frio.