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sexta-feira, outubro 31, 2003

As nuvens estão enjoadas. Gravidez de risco. Acizentada.
Saio e não passo pelas ruas: não se vêem entre os terços desfiados, copiosos. Até que...
Passando a porta do colégio aparece um menino, outro e outro, uma menina, outro menina, outra. Aparece uma rua cheia de meninos, uma rua-de-meninos (a palavra abotoa-me longe do frio). Na rua-de-meninos um com guarda-chuva, outro com guarda-chuva, e outro. Por causa dos terços. Um corredor de guarda-chuvas à altura da cintura dos grandes. Os grandes, esses, atrapalham-se a passar. A rua-de-meninos estica os braços, estica-se, empurra-se. Eu não tenho guarda-chuva. Mergulho no corredor, suspensa a respiração. E no tempo em que passo encolhida, a fingir que não cresci, o céu abre-se em flores e bolas e rosas transparente e azuis dentro de bonecos e sóis. Estão pintados nos guarda-chuvas. Sóis e riscas, sóis às riscas e rosas transparente e bolas com flores e azuis. Na rua-de-meninos, a chuva é uma chamada não atendida.

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