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sábado, agosto 30, 2003

Há uma casa imensa nos meus sonhos. Recorrências?... É a ela que volto sempre.
Há salões gigantes e azuis éter no rés do chão, com claustros e gente, e crimes prestes a serem cometidos. Silêncios ausência, ecos nos corredores, e desejos estranhos, como conversas que não foram nunca acabadas.
Há água e o medo dela espalhado por todo o lado.
Gritos que não são senão sustos pregados, daqueles largados quando se brinca ao fantasma atrás das portas.
Não há escadas para outros andares porque seriam impossíveis de se subir.
Há um elevador inseguro. Que sobe vertiginosamente e me deixa ver a distância a que estou dos meus pés.
As pessoas empatam-se no elevador. Todas querem subir, todas se empurram e quase caem. Olham o relógio, resmungam, perguntam por mim, outras não acreditam (ninguém comenta em quê).
Há quartos quadrados, escuros.
Um que soluça.
Outro onde alguém vai buscar um casaco.
Outro varrido.
E outro onde de repente me vi esta noite, de pernas para o ar. Ou não... Inclinada sobre o lavatório a lavar os dentes, enquanto segurava o cabelo com uma mão, enquanto te falava com a boca. A água corria da torneira e desfocava. Falávamos e torcíamos a roupa que se molhava. Fundos de louça branca.

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