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terça-feira, julho 22, 2003

Estreita. Olhava ontem o céu de frente. Imenso. Escuro. Sem pontas. Deitada e sem sono numa areia cheia de rostos desfeitos. Cheios os pensamentos.
O céu de frente não sei que tem. Faz-me medo. Tem-me dentro da barriga.
Estive quatro noites fora. Entre a praia e as ruas. Lá. "Onde o mar a acaba e a terra principia". Quando voltava dei comigo fixa num desconhecido. O comboio agita-se, range. E eu a olhar no desalinho das carruagens uma mão, braço pendurado nos ferros, um rosto voltado e headphones nos ouvidos. Penso que somos iguais em T-shirt e idade. Penso: que será que ele ouve? O sol intervala nas janelas com o ruído e ferrugem dos carris. Sigur Ros a dar-me sono. A devolver-me o sono que não tive quando vi as estrelas - quatro - caídas ontem, naquele céu de frente.
O rapaz da T-shirt amarela saiu em Ermesinde.

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