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quinta-feira, março 31, 2005

"You may not want to be here
You may want to be here
You want to be here
You want to be
You may want to be
You may not want to be
You may not want
You may want
You may be
You may not be
You may not be here
You may be here
You may not want to hear
You may want to hear
You want to hear
You may not hear
You may hear
You hear"

(BRUCE NAUMAN, "raw materials")

"azul!"
"preto!"
"azul!"
"preto!Ohhhhh..."
(Os olhos esticam-se para mim, fazem-me grande, começada assim em "ó".)
"ohhhhhhh... é preto ou azul??"
"É azul... escuro, mas é azul!"
(Uma voz redemeoinha, entra no umbigo. Uma outra solta uma gargalhada, como um carrocel iluminado)
"Eu não disse?"
"É preto..."
"Não... azul escuro... daltónico!"
(E prendo-lhe a atenção que já fugia do meu colo. Ato-a bem junto aos meus lábios.)
"ahhh??? Quê?"
"Dal-tó-ni-co!"
(A explicação é dada, a palavra ensaiada e medida com todos os risos e dedos na boca, entre rodopios pela sala)
Uma palavra nova.
Agora sempre que passo a porta ao domingo não os ouço chamar-me de baleia, nem de borboleta, nem de tartaruga. Correm e desventram-me numa só palavra. Decorada.
"Dal-tó-ni-cooooo!"
(Faço-me pequena, acabada assim em "ó".)

Entretanto acordei e experimentei-me à chuva. Não desbotava. Caminhei até aos correios e lá deixei 10 envelopes iguais, quadrados, meio-cheios, meio-vazios.
Agora, caso nada mude, é como diz a minha mãe, "já me dei motivos para chorar".
A ver se desboto.

terça-feira, março 29, 2005

"os sonhos não têm título" (MAN RAY)

nuvem, não uma qualquer.nuvem-em-cena a 14 de Março, das 18h às 18h01, à porta do Royal National Theatre, Londres.Depois dela, horas adentro, estão os sonetos e o chá em chávenas amarelas. O jazz e o frio espantado. A 8ª noite.

domingo, março 27, 2005

"one is the loneliest number that you'll ever do
two can be as bad as one, it's the loneliest number since the number one
'no' is the saddest experience that you'll ever know
yes, it's the saddest experience you'll ever know
yes, because one is the loneliest number that you'll ever do
one is the loneliest number that you'll ever know"

(AIMEE MANN)

A porta bateu e chuva ficou cá dentro.
(skip track)

terça-feira, março 22, 2005

para não te chatear com iSoMetriaS:

do Gr. ísos, igual + métron, medida
s. f.,
igualdade de dimensões

Depois apareceu o Einstein e disse que era tudo relativo. O que medes com a palma da tua mão é diferente daquilo que cabe nas minhas. O sentimento, contudo, é igual.

domingo, março 20, 2005

"O mar não é tão fundo que me tire a vida
Nem há tão larga rua que me leve a morte
Sabe-me a boca ao sal da despedida
Meu lenço de gaivota ao vento norte
Meus lábios de água, meu limão de amor
Meu corpo de pinhal à ventania
Meu cedro à lua, minha acácia em flor
Minha laranja a arder na noite fria."

(ANTÓNIO LOBO ANTUNES, música de VITORINO)

Ausentes porque estão ou porque o são? Tu que o és, talvez o não fosses se não estivesses. Tu que estás, temo que te tornes. Grande, gigante. Prefácio de epigramas e incêndios.

sábado, março 19, 2005

Depois de 8,9,10 dias ausente, quanto preciso é de arrancar todas as etiquetas de voo, um beijo na testa e de um longo e violento banho.
Para apagar vestígios de mim e de choro.
Estancar ideias.
Desaprender dias comuns.
Para não me desprender deste soletrar: e-c-l-i-p-s-e.

Acordámos hoje com um esplêndido dia coberto, passeámos sob as nuvens espartilhadas e entre até algumas e breves notas de chuva.
Infelizmente as previsões para os próximos dias ameaçam já com céus limpos.

domingo, março 06, 2005

"She asked where he lived.
'Second to the right,' said Peter, 'and then straight on till morning.' "

(J. M. BARRIE)

nibs is not at home. She went to visit peter. Please leave a message after the starry sound.

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terça-feira, março 01, 2005

[barra, ISO 400, f2.8, 5'']

Um mar estilhaçado no vento estridente no sol exaltado nas árvores submersas na voz.
Quebrada.
Varrida.
Por abraçar.

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